Objetivo


quarta-feira, 1 de março de 2017

CAMAROTES AMEAÇAM CARNAVAL DE SALVADOR

Quem quiser festa particular vá para um clube social ou outro
espaço apropriado. A rua é do povo.

Se os organizadores do carnaval de Salvador não acordarem em pouco tempo será um dos piores do Brasil. Vejam como o Rio de Janeiro e São Paulo estão fazendo seus carnavais com uma participação bem maior de pessoas. Por quê? Porque lá não existem camarotes tomando as avenidas e blocos de cordas para os que podem pagar caro. Os próprios blocos daqui estão sentindo a diminuição de foliões porque são caros e não compensa. Você fica preso a horários, e a uma corda discriminatória o separa dos demais foliões.
Carnaval é uma festa que prima pela democratização dos espaços. Quem quiser festa particular que vá fazer em seus clubes sociais ou em outros espaços, e não privatizando as ruas e avenidas. Isto interessa de perto aos gananciosos que não perdem oportunidade em conluio com o setor público de faturar.
Veja ai os monstrengos ocupando calçadas
e a avenida.Acompanhei com atenção o carnaval deste ano e pude constatar que é necessário uma atitude urgente da Prefeitura para dar mais liberdade e alegria aos que gostam da folia O que acontece hoje é que estão privatizando os espaços públicos em detrimento da grande maioria. 
Este carnaval promovido em Salvador é um carnaval discriminatório e petulante. Nos momentos em que as cordas foram retiradas as ruas ganharam mais colorido e mais alegria. 
Carnaval é uma festa que deve deixar que cada indivíduo, cada grupo de pessoas façam suas próprias fantasias ou máscaras e saiam às ruas para brincar e confraternizar. Simples adereços já dão uma imagem de carnaval e assim você gasta menos e se diverte mais.
Esta tal "organização" busca na realidade privatizar espaços e momentos em locais públicos, enquanto a população fica espremida por camarotes que são verdadeiras estruturas monstrengos na avenida. 
Caso continuem com esta política privativista vão tornar o carnaval de Salvador um dos piores do Brasil. Rio de Janeiro, São Paulo e até Brasília , sem falar em Recife, fizeram grandes carnavais e lá não existem estes camarotes, e nem tampouco blocos com cordas. Vamos acabar com a discriminação e deixar o povo brincar com liberdade. O atual esquema só serve para enriquecer mais ainda donos de camarotes e de blocos. Todos milionários, enquanto o povo fica lamentando a perda de espaço durante a folia.

CRÍTICAS

O cantor Ricardo Chaves fez algumas críticas aos camarotes, embora ele mesmo explore um e que este ano cedeu a sua colega Claudia Leite. Veja o que ele diz: "Para mim, o que hoje determina a desconfiguração do nosso carnaval é a dinâmica imposta à festa pela evolução dos camarotes. No desfile deste ano, apesar de algumas quebras de trios, a relação artista / camarote, foi a maior responsável pelo monumental atraso ocorrido. Ressalto que não sou contra a existência de camarotes, muito pelo contrário. Há 10 anos exploro um espaço aonde monto um. Esse ano funcionou lá o de minha amiga Claudia Leite. Discordo é da maneira como eles estão interferindo na festa".

O Ricardo Chaves explora camarote e sua crítica não é pelo fim deles. É compreensível, é um ganho a mais. Porém, eu sou contra camarotes. O Duquinha Magalhães é o empresário que mais lucra explorando camarotes. Independente de política ou parentesco os camarotes representam uma privatização do espaço público, e consequentemente da maior festa popular do Brasil, e particularmente da Bahia. É hora de devolver as ruas para os foliões, para o povo.



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