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quinta-feira, 19 de abril de 2012

INDUSTRIALIZAÇÃO - ONZE INDÚSTRIAS INAUGURADAS NO PÓLO PETROQUIMICO DO NORDESTE


Revista Manchete 22 de Julho de 1978

O Presidente Geisel, com o Governador Roberto Santos, o presidente da Usiba, Henrique Brandão cavalcanti, o Ministro Calmon de Sá, e os srs. Antonio Carlos Magalhães e Jutai Magalhães , percorrendo o Complexo.( foto)
O Pólo Petroquímico do Nordeste foi inaugurado, no dia 29 de junho último, pelo Presidente Ernesto Geisel, quando foram entregues oficialmente a Central de Matérias- Primas da Copene e mais dez unidades industriais petroquímicas, todas localizadas no município de Camaçari, integrante da Grande Região Metropolitana de Salvador. Essas empresas representam um investimento global superior a um bilhão e 350 milhões de dólares, valor superior ao próprio orçamento do Estado da Bahia, durante o corrente ano, que é de um bilhão de dólares. São elas a Central de Matérias-Primas da Copene, a Oxiteno, a Politeno, a Polialden, a Isocianatos, a Pronor, a Nitrocarbono, a Polipropileno, a Estireno, a Sulfab e a Nitrofertil. Essas indústrias oferecerão 3.620 empregos diretos e faturarão anualmente um bilhão e duzentos e dez milhões de dólares. O ato reveste-se ainda de importância porque é a primeira vez no Brasil – e talvez no mundo – que são inauguradas de uma só vez onze indústrias petroquímicas com tão alto investimento.

Logo após a inauguração dessas onze fábricas, o Presidente Geisel seguiu para a Usina Siderúrgica da Bahia – Usiba, dando por inaugurada sua Unidade de Laminação, que tem capacidade de 100 toneladas / hora. Esta foi a primeira siderúrgica a constituir o sistema Siderbrás, em novembro de 1974, e, segundo o presidente Henrique Brandão Cavalcanti, por sua dimensão, pelo processo escolhido, pela perspectiva de nacionalização de equipamentos, cabe-lhe posição significativa entre as opções de usinas integradas de caráter regional. A Usiba utiliza o gás natural da Bahia e o ferro de Minas Gerais na fabricação de aço e produtos laminados. Graças a um planejamento centralizado e a prioridade atribuída pelo Governo Federal, o Pólo Petroquímico do Nordeste foi construído em cinco anos, e é considerado o maior conjunto industrial até hoje construído no país. A semelhança dos mais modernos complexos petroquímicos do mundo, é um pólo industrial integrado e especializado, ou seja, um complexo de empresas localizadas umas junto às outras, que trocam seus produtos entre si, a produção de uma servindo de matéria-prima para outra.

O Complexo está dotado de uma infra-estrutura física de apoio como tubovias, rodovias, ferrovias e eletrovias, além de serviços, beneficiando-se assim das vantagens da economia de escala, da integração e da total complementaridade. Sua estrutura industrial baseia-se na produção centralizada de matérias-primas básicas ou de primeira geração (olefinas, aromáticos, amônia e metanol) resultantes do processamento do gás natural, nafta e gasóleo. Essas matérias-primas são, por sua vez, processadas por unidades petroquímicas intermediárias ou de segunda geração, cuja produção vai alimenta as atividades do parque industrial em transformação, produtor de bens de consumo final.

Segundo os técnicos, uma das características inovadoras é este planejamento desenvolvido pela Petroquisa através da Copene, num modelo tripartite de composição acionária com a presença do capital privado nacional, estatal e de empresas estrangeiras. O próprio Presidente Geisel, durante seu discurso, na solenidade de inauguração, disse que “o Brasil pode se considerar orgulhoso pelo tudo que aqui se fez, sobretudo pelo método e sistema empresarial que aqui se adotou. Entre a estatização condenada e a estagnação que seria o reverso do problema, adotamos uma solução mista em que associamos a empresa privada, a empresa estatal e os grupos estrangeiros, e harmoniosamente estabelecemos uma convivência desses três organismos, convivência frutuosa porque permitiu dirigir esses conjuntos de indústrias. Mas, muito mais do que o valor material que tudo isso representa e do esforço humano que se fez, esta obra traduz na realidade um sentimento de fé. Fé na capacidade do país, Fé nas nossas potencialidades, fé no nosso povo e sobretudo no futuro”.

O Complexo Básico do Pólo do Nordeste ocupa uma área de 1.202 hectares em Camaçari, na Bahia, e conta hoje com 33 unidades, somando um investimento superior a dois bilhões de dólares. Dezoito dessas fábricas já estão em operação, outras 9 em implantação, com início de produção previsto para até 1979, e mais seis com projetos aprovados. Um dado importante é que a indústria brasileira de equipamentos contribuiu com mais de 65% das encomendas para a implantação do Complexo Básico, o que comprova a preocupação com a utilização de tecnologia nacional.

A Central de Matérias Primas – CEMAP é a base da estrutura industrial do Pólo. Em sua etapa atual, tem capacidade para processar, por ano, 1,5 milhão de toneladas de nafta e gasóleo, fornecidos pela Refinaria Landulfo Alves, e 500 mil toneladas de gás natural, extraído dos campos da Petrobrás, na Bahia.

O Complexo Petroquímico de Camaçari – Copec ocupa uma área de 5.207 hectares e está dividido em quatro zonas industriais: a do Complexo Básico do Pólo; a área industrial Leste (2.526ha), para localização de indústrias de transformação petroquímica e unidades de fornecimento de apoio ou fornecimentos de insumos ao Complexo Básico; a área industrial Norte (324ha) destinada a indústrias químicas ou àquelas de maior potencial poluidor; e a área industrial Oeste (1.137ha), destinada à implantação da Metalurgia do Cobre e suas indústrias derivadas.



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